O que realmente não perdoam em Maradona .
Diego Armando Maradona voltou a atrair a atenção da mídia após as declarações realizadas sobre a dramática classificação da seleção da Argentina para a Copa do Mundo. Foram críticas dirigidas contra a imprensa argentina, mas a mídia espanhola fez eco das mesmas de uma maneira tão gritante que parece haver sido ela o objeto das críticas.
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Pude constatar pessoalmente a quantidade de insultos que os jornalistas esportivos hispanicos têm dedicado ao argentino: imbecil, drogado, grosseiro ou bêbado são a mostra de algumas das pérolas esculpidas pelos “profissionais”, que deveriam estar curados de espanto depois de viver situações como o assassinato em Madri de um torcedor, pelo fato de ser um “puto basco”.
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Na realidade, o que Maradona disse é o de menos. Os ataques contra ele escondem o ódio e o rancor da direita em relação ao posicionamento político do Pibe.
.. O que não perdoam em Maradona é que se declarou ateu depois de visitar o Vaticano e denunciou a incoerência dos que chamam “igreja dos pobres” aquela que tem “cheio de ouro” o teto de seu templo mais emblemático. .
O que não perdoam em Maradona é que chame de assassino um presidente dos Estados Unidos, paradigma da “democracia”. Que mostre sua admiração por Che Guevara e proclame que os políticos que ofendem Fidel Castro não chegam nem a sola dos seus sapatos.
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O que não perdoam a Maradona é que tenha se declarado “chavista” e mostre sua solidariedade com o processo iniciado em vários países da América Latina, processo este que tem por objetivo libertar-se do imperialismo, exigindo o direito a desenvolver- se sem tutelas externas.
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O que não perdoam em Maradona é que um personagem mundialmente conhecido não seja “politicamente correto” e tenha reconduzido sua vida optando por aliar-se com aqueles que lutam por uma ordem mundial justa, denunciam as falsas democracias e reivindicam a democracia popular e a revolução necessária para consegui-la.
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